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VIVIANE SENNA

Viviane Senna é irmã do tricampeão mundial, e deste a morte do piloto, ela toca o Instituto Ayrton Senna, que arrecada fundos que são investidos em centenas de projetos, visando melhorar o Brasil através da educação. Tive a oportunidade de entrevistar a Viviane por ocasião da matéria especial que fiz sobre o piloto para a revista Alternativa do Japão em maio de 2012. Segue abaixo a entrevista, na qual ela destacou a relação do Ayrton e do Instituto com o Japão.

Os japoneses costumam colaborar ou trabalhar juntamente do Instituto Ayrton Senna?
Os japoneses são grandes fãs e admiradores do Ayrton. Fizemos ações pontuais com o Japão há algum tempo. Mas sua grande contribuição tem sido a de manter a imagem e os valores do Ayrton presentes nos seu dia a dia, fortalecendo tudo aquilo que ele representa para o mundo: um ser humano comprometido com seu país, cheio de motivação, determinação e garra, valores que também têm tudo a ver com o povo japonês.

O Instituto continuou a forte ligação que o Ayrton tinha com o Japão?
Recebemos sempre muitas cartas e homenagens dos japoneses. Essa ligação é mantida por mútuo afeto e respeito. Uma das manifestações mais bacanas que o Ayrton recebeu foi a do Racing Club International. Um grupo de 52 fãs japoneses que veio ao Brasil em julho de 1994 e me entregou uma escultura espetacular, idealizada por Yoshitoshi Sakurai, que conheceu o Ayrton quando era o diretor do Team Honda na F1. O escultor da obra é o artista Kiyofume Kikutake. Nela estão representados os 41 circuitos onde Ayrton venceu. É algo grandioso, que hoje pode ser admirado na entrada de um dos andares do Instituto. Na escultura eles gravaram uma frase em inglês que significa "mais rápido que o tempo, mais real que os sonhos". 

A entrada do Bruno (filho da Viviane) na Fórmula 1, independente da carreira pessoal dele, ajudou a divulgar e a manter forte a imagem do Ayrton no mundo todo?
O Bruno é um piloto com características próprias. Mas é claro que as comparações acontecem. E ele, felizmente, sabe lidar muito bem com isso. Acho que um acaba reforçando o outro. A presença do Bruno na F1 faz as pessoas relembrarem as emoções que experimentaram com o Ayrton. Por sua vez, quem hoje pensa em Ayrton acaba pensando em Bruno, naturalmente.

Existe algum projeto futuro do Instituto relacionado com o Japão?
Lançamos, em janeiro deste ano no Japão, em parceria com a Planeta DeAgostini, um patwork da McLaren MP4/4. É uma revista fasciculada, com 72 edições para o leitor e fã colecionar e montar a réplica do carro, na escala 1:8. A revista também traz  informações sobre a McLaren, a carreira e a vida do Ayrton. E quem a adquire ajuda o Instituto Ayrton Senna, porque 100% dos royalties do licenciamento da marca são revertidos ao trabalho que realizamos em todo o país, para qualificar a educação pública oferecida a crianças e jovens.

Qual mensagem você deixaria para as crianças brasileiras que vivem no Japão?
Desejo a esses brasileirinhos que vivem no Japão sucesso na vida. Que aprendam com as diferenças, amem e se espelhem em tudo o que há de bom em um país que é modelo para tantos outros, mas sem perder o carinho pelo Brasil e daquilo que também nos faz ser um povo que luta e acredita no futuro. Que, como o Ayrton, nunca desistam de seus sonhos e sempre façam tudo pautados em valores como determinação, motivação, superação e busca pela perfeição.

Foto cedida - IAS